O que é a vacina da BCG?
É uma Vacina viva, feita com agente parecido com o da tuberculose chamado Mycobacterium bovis, tornado mais fraco de forma a estimular o nosso sistema imunitário (SI), sem causar doença. Previne formas graves de tuberculose (TB), como meningite ou doença mais generalizada. Apesar da TB ser conhecida por causar doença a nos pulmões, esta vacina não é tão eficaz na prevenção desta doença.
Quem deve fazer esta vacina?
Desde 2016, é recomendada apenas para crianças menores de 6 anos, pertencentes a grupos considerados de risco pela Direção Geral de Saúde (DGS) (ver quadro 1), uma vez que a incidência de TB no país reduziu para níveis considerados seguros para a vacina não ser dada a toda a população.
Estes grupos (bem definidos pelas autoridades de saúde) correspondem a crianças que pelo local onde moram, pelos conviventes ou outros motivos têm maior risco que a população geral de adquirir doença. Estas crianças são identificadas na maternidade, no Centro de Saúde ou no Pediatra.
Faz parte das consultas de rotina reavaliar as crianças, garantindo que os fatores de risco não alteraram e que a criança não passou a ser elegível para receber vacina. Em caso de dúvida questionar o seu médico assistente.
Quando e como?
É administrada no braço esquerdo em dose única, e deve ser feita assim que a criança é identificada como de risco.
É uma vacina que não pode ser comprada, nem realizada em clínicas ou hospitais particulares, apenas nas Unidades de saúde do SNS.
Se a criança tem uma alteração do sistema imunitário (imunossupressão) a vacina está contra-indicada e se tem mais de 1 ano deve fazer um teste antes de se poder administrar a vacina.
BCG e COVID-19:
De forma geral sabe-se que a BCG pode ter efeito benéfico não específico no nosso SI ajudando a combater outras doenças, nomeadamente respiratórias. Contudo, pode também ter efeitos adversos graves em crianças com problemas de imunidade, muitas vezes ainda não diagnosticados.
Questionados os seus benefícios na infeção covid-19 foi descrito que podia estar associada a doença menos grave em populações vacinadas. Apesar de decorrerem estudos em vários países e teoricamente podermos pensar que pode ter alguns benefícios, ainda não se pode dizer de forma segura qual o efeito na infecção covid 19, não estando atualmente recomendada como medida preventiva.
Autora do texto: Dra Marta Valente Pinto, pediatra e investigadora na área da vacinação